21 de abril de 2005

Texto - Paradigmas fin de siglo - Rafael Moneo

Análise do texto

RESUMO

Pode-se dizer que a década de noventa tenha sido marcada pela fragmentação, ou pelo deconstrutivismo, como uma metáfora que nos ajuda a descrever o mundo atual através da forma. O mundo que nos rodeia é heterogêneo e fragmentado, sem forma, não permitindo a sensação de unidade. Caracteriza-se pela ausência de limites e pela constante transformação. A arquitetura, portanto, reflete esta realidade contemporânea. A arquitetura contemporânea mostra-se como algo descontínuo, quebrado e fragmentado e, em outro aspecto, algo incompreensível e sem forma.

A idéia de deconstrutivismo não tem uma origem definida, mas no trabalho de Piranesi para o Campo Marzio fica clara a tentativa de destruição das normas estabelecidas desde o renascimento. Piranesi tenta mostrar o nascimento do arquiteto que valoriza mais o significado, fora dos padrões simbólicos de então. Na Inglaterra do século XIX, existe uma busca pela arquitetura pitoresca, que rompeu e fragmentou a massa dos edifícios, mas com a valorização das qualidades visuais e buscando valorizar a diversidade da natureza, ao mesmo tempo que abria mão de mostrar na construções, a força da autoridade e do poder.

O deconstrutivismo aparece com força renovada no início do séc XX, inicialmente através da pintura. Pode-se falar de fragmentação em muitas obras da primeira vanguarda: em obras cubistas, construtivistas, dadaístas, etc, o que mostra que a visão unitária que dava força ao uso da perspectiva desde o renascimento estava no fim. E os arquitetos se inteiraram a esse movimento, e aos poucos, nada poderia ser compreendido sem a noção de fragmentação.
O movimento Moderno , que teria seu auge na década de cinqüenta, e se transformou na linguagem institucional, fez uso desse conceito, ainda que de maneira oculta e dissimulada.
A questão da fragmentação entrou no discurso acadêmico com o livro “Collage City”, 1981, de Colin Rowe. Outros arquitetos recriam a ruptura das normas estabelecidas pela modernidade ortodoxa.

DISCUSSÃO

O autor faz uma análise da arquitetura nos anos noventa, e ressalta a importância do estudo dos princípios e dos mecanismos do que é arquitetura atual e do passado, para que os novos arquitetos possam construir uma arquitetura consciente e consistente.

Discute o deconstrutivismo como reflexo de um novo momento e resultado da globalização numa análise mais ampla, confirmando a arquitetura como manifestação que sempre reflete um contexto histórico, mostrando a maneira como isso se deu em épocas diferentes. Hoje também se faz necessária a compreensão do zeitgeist para justificar o trabalho do arquiteto.

Lydia Aguiar

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