21 de abril de 2005

Texto - Clarific-ação

Parte I – Entendimento

O texto Clarific-ação foi concebido de modo a deixar claro ao leitor (aluno) que para a verdadeira experiência de uma obra arquitetônica é necessário a presença efetiva do sujeito, afirmando que embora representações (em suas inúmeras maneiras: fotos, desenhos, etc) tenham seu valor didático não podem ser tomados como obra, ou mesmo ser adquirido através dessas, o entendimento total.

Conta que a ‘Arquitetura' só é devido a nossa existência, pois sem um observador a experimentando é mera edificação. O presente, como dito, estabelece relações com a obra; é sentir o que os dimensionamentos riscados em um pedaço de papel representam, é ter compreensão, é poder deslocar-se, obtendo diferentes perspectivas do objeto em questão (arquitetural, no caso), e finalmente unir o empírico ao racional.


Parte II – Discussão

O texto é coerente, não é complexo entender as razões de suas afirmações, porém parece exacerbar o conceito. Que Arquitetura seja melhor entendida e sentida pessoalmente (presença concreta), não há dúvidas, mas que essa não possa ser visualizada tridimensionalmente, sentida de alguma forma, ou mesmo ser motivo de encantamento por intermédio de um grafismo, me soa extremo.

Claro que são necessárias mais ações, in loco você tem a compreensão final (final, no sentido de tudo que você pode ‘captar' no seu comparecimento ao local) da obra, enquanto são necessários desenhos variados (plantas, elevações, perspectivas, etc) para efeito semelhante.
Por exemplo, um estudioso da Capela Cistina que não tem condições de visitá-la por qualquer razão, a conhece, a entende, percebe seus detalhes, analisa suas formas tanto quanto se lá estivesse, a diferença, imagino, estaria no sentimento que afloraria estando no edifício, pois ‘enxergaria’ também com as mãos, os pés, os ouvidos até o olfato poderia ter importância, impossível com simples representações. Mas não são percepções antagônicas, ao meu ver elas se completam. Ao estar no local você obtém um certo número de interpretações, que ao estudar com distanciamento não teria, mas o oposto também é verdadeiro.

De fato a pesquisa no local torna-se mais poética, você sente os efeitos que conhecia e teorizava, troca entender por perceber. Atesta a existência (ou a não existência) da proxêmica pretendida.
Quanto ao fato da arquitetura existir de fato só com o olhar do observador, concordo e não tenho nada a acrescentar.

4 comentários:

Anônimo disse...

teste

Anônimo disse...

teste

Anônimo disse...

teste

Anônimo disse...

clarific-ação, certamente um post que merece comentários depois desse revival, porque mostra um ponto de visão da arquitetura de quando...(agora falo por mim) nem sabia o significado da essência da arquitetura (ainda bem que ainda não sei, ainda não estou preparada para essa verdade - que drama! mas é sério!!!!!) e que hoje lendo este texto de tempos atrás mostra como evoluímos de uma maneira gigantesca (não que a discussão do texto está ruim, muito pelo contrário), e essa evolução se dá muito por esse sentir a arquitetura, nas palavras da má " enxergaria também com as mãos, os pés, os ouvidos até o olfato..." - o fotógrafo cego - o melhor é que quando chega-se nessa percepção, que,acredito, seja um caminho natural do artista, na altura do campeonato ele já levou isso para o comportamento na própria vida, como o prof. ricardo de HA disse: arquitetura não é uma profissão, é um modo de vida. é um dos nossos privilégios.
algo para se discutir é:... apesar de tudo isso que a arq. tem que ser vivenciada... nada como ir no local do que ver por foto,etc, não estou discordando, mas essa sensação, ou melhor essa crítica que teremos depois de vivenciá-la até que ponto é verdadeira??.. pq querendo ou não, quando estudamos uma obra num livro ou algo assim, já vamos enxergar a obra de uma maneira diferente de como se não estivéssemos lido nada sobre quando formos visitá-la. ex:. ir numa igreja sabendo que os pilares dão uma sensação de verticalidade tal que nos faria sentir que realmente somos servos do senhor é diferente do que a nossa própria percepção chegar nisso, meio que tomamos um atalho...


gostaria de fechar meu comments com palavras muito bem colocadas by mariana da parte da discussão: "...trocar o entender por perceber..."


ah.. já estava me esquecendo, tanto se discutindo sobre entrar, caminhar, lamber a arquietura e o nome do blog é arquitetura escrita, interessante não?!