Primeiro Workshop - Mesanino Predio João Calvino - Mackenzie.
Palestrante embasado na Holanda - Abertura
- Quanto mais vias são construídas, mais automóveis são atraídos.
- O carro é o meio de transporte mais ineficiente que existe: é muito grande, muito caro, tem alto gasto energético e gera um alto nível de acidentes.
- Trem e metrô gastam em média três vezes e meia menos que automóveis particulares.
- A inserção de vias para bicicletas na malha urbana gera a redução da mortalidade.
- Quarenta e cinco por cento da população não pode bancar o custo do transporte público ou privado oferecido no Brasil, porém se investe muito na industria automobilística.
- O principal esquema de locomoção Holandês consiste na agregação do metrô com o ciclismo, isto é, se vai de bicicleta até a estação, se guarda a bicicleta num estacionamento próprio e toma-se o metrô.
- Um bom planejamento é aquele que, valendo-se da falibilidade humana, projeta visando à redução dos efeitos negativos dos erros. Preveni o acidente, prevendo o comportamento humano
- Ao planejar devemos considerar o seguinte triângulo: no topo o ser humano e nas bases o veículo e a infra-estrutura.
- Devemos primeiro planejar um sistema de qualidade (que não dá margens a muitos erros) para apenas depois fiscalizar e educar a população, não o contrário.
- Deve haver uma distribuição homogenia dos espaços reservados a cada tipo de meio de transporte.
- Automóveis trazem mais criminalidade às cidades que bicicletas.
- A velocidade máxima ideal das vias onde trafegam automóveis de passeio corresponde a trinta quilômetros horários.
Palestrante embasado em Bogotá – Oscar Diaz.
- Devemos ponderar antes de aplicar um modelo de urbanização dos países desenvolvidos em nossos países ainda em outro patamar, verificar o grau de adequação à nossa proposta de vida a realidade deles é, quais são as desigualdades.
- Uma boa cidade possui três fatores equilibrados: igualdade, felicidade e competitividade.
- Não podemos ter impostos acima dos internacionais para não inverter a balança, desprivilegiando os nativos, mesmo que a tarifa seja revertida em obras para esses.
- Precisamos construir cidades nas quais os profissionais mais capacitados tenham interesse de morar – competitividade mencionada anteriormente.
- Transporte não é um problema técnico, mas político.
- Nos espaços públicos somos todos iguais.
- O homem possui natureza social, precisa ver gente para ser feliz.
- Shoppings são locais públicos e seguros para as crianças, mas são excludentes além de inapropriados para o nosso clima tropical.
- Tirar os carros das calçadas mostra respeito e devolve a dignidade ao pedestre.
- A rua mais movimentada de Bogotá foi transformada num espaço apenas para pedestres e ciclistas sob protesto, servida por transporte público, hoje funciona muito bem.
- Parques são tão importantes quanto escolas e hospitais.
- O carro é a principal fonte de destruição da vida humana.
- Adaptar a cidade à maiores densidades ao invés da criação de cidades subjacentes, como as cidades satélites de Brasília.
- A cidade deve ser servida por um sistema de transporte público de muita qualidade.
- Para incentivar o desuso dos automóveis de passeio existem algumas sugestões, são elas: rodízio, pedágios, rastreamento por satélite e o encarecimento do combustível.
- As pessoas só deixam de utilizar o transporte privado se forem forçadas a isso ou se sentirem-se desencorajadas pelos auto nível de transito nas ruas.
- Em Bogotá existe um dia por ano no qual o uso de carros é vetado.
- A sinalização, a iluminação, a segregação e a pavimentação devem enviar a mensagem que o ciclista (ou o pedestre) é o mais importante.
- Nas empresas deve haver uma área reservada ao estacionamento de bicicletas.
- No Metrô deve haver um acesso exclusivo para ciclistas, além do estacionamento de bicicletas.
Palestrante embasado nos EUA – Michael King.
- Pensar também na simples conexão de dois pontos.
- Quinhentos metros é a distancia média que uma pessoa caminha, daí o traçado da circunferência de raio equivalente a esse valor tomando o metrô como centro.
- Desenvolvimento de novos mapas que exponham de vários ângulos o assunto estudado, como o de densidade populacional nas calçadas em diferentes horários do dia utilizado na apresentação.
- É necessário planejar locais para atravessar as vias levando em conta estudos das travessias espontâneas mais comuns naquela área, as pessoas tendem a, mesmo em espaços completamente abertos e sem obstáculos, atravessar pelos mesmos trajetos. Devemos adaptar as travessias às pessoas, não condicioná-las forçosamente.
- O dimensionamento das calçadas é uma variável em relação direta com as dimensões da população local.
- No Texas os pontos de ônibus interrompem a circulação estando na calçada, já na China os mesmos encontram-se na via.
- O importante não é apenas o dimensionamento do espaço, mas como ele é organizado.
- O acesso dos automóveis às edificações não deve interromper brutalmente o passeio, subindo na calçada, mas deve haver ilhas de acesso que geram esquinas que revelam uma possível parada ao pedestre. Quando isso não for possível, a transição entre rua e calçada deve ter desnível para que o motorista seja obrigado a reduzir a velocidade.
- Por que fazer rampas de acesso para deficientes isoladas? Por que não tornar toda extensão do espaço reservado à travessia finalizado em rampa? Não têm custo maior, trata-se do mesmo concreto utilizado.
- Projetar com cuidado a iluminação.
- A linha de parada dos carros nas vias não deveria estar junto à faixa de travessia de pedestres, mas por volta de dez metros antes, prevenindo contra eventuais distrações do motorista.
- Priorizar sempre pedestres e ciclistas.
- É muito importante que o sinal de pedestre feche algum tempo antes que o dos autos abra. E em caso da existência de ciclovias, o sinal desse abre depois do fechamento do pedestre e antes da abertura do veicular.
- Deve-se calcular um tempo de espera nos semáforos adequado, quando o sinal não está correto as pessoas invadem as faixas, não desrespeitando o sinal, na verdade o sinal é que desrespeita as pessoas.
- Construa pontes que não pareçam pontes.
- Iluminação é equivalente a segurança.
- Pontes exclusivas para pedestres não funcionam, em vista que as pessoas ainda cruzam perigosamente por baixo, assim essas não são seguram para todo mundo, portanto não são aceitáveis. Países que eliminaram pontes como essas possuem taxas de mortalidade menores.
- Devemos pensar que pessoas diferentes utilizam a ciclovia, com diferentes velocidades, bicicletas, habilidades, etc. Baseado nisso existem quatro variações de vias para bicicletas: as ruas anfi-veículares estreitas (3m), ruas anfi-veículares largas (4,2m), vias exclusivistas de bicicletas (1,5m) e vias grupais de bicicletas (2m).
- As ruas anfi-veículares precisam ter faixas mais largas para comportar o transito simultâneo de automóveis e bicicletas, sendo que essas ultimas devem transitar à uma distancia mínima de 3,9m da calçada (vias onde existem carros estacionados junto à calçada).
- Linhas de viradas separadas.
- Utilização de bueiros mais adequados ao trafego de bicicletas, em quadriculas largas, ao invés dos de vão maiores que a largura do pneu comum das bicicletas, utilizados hoje em dia.
- Analisar quando produzindo estatísticas sobre acidentes de transito as características da vítima, do motorista e a situação na qual ocorreu o fato.
- Lembrar que batidas não são acidentes. São vias mal planejadas, ou irresponsabilidade do motorista ou pedestre.
- A melhor solução para a diminuição dos acidentes de transito é a redução da velocidade da via.
- É preferível demorar que perigar de matar.
- Quanto mais previsível o comportamento, seja ele do motorista, do automóvel ou do ciclista, menor a probabilidade de colisões.
- Acima de trinta quilômetros horários toda colisão tem a possibilidade de morte.
- Com a redução de cinco quilômetros horários há uma redução de vinte por cento de acidentes na via.
- Devem existir faixas exclusivas para conversões. O motorista que visa virar à direita ou esquerda não pode ter a possibilidade de, na faixa de conversão, seguir em frente ao invés de entrar na transversal. Devemos preservar a previsibilidade para garantir menos acidentes.
- Um sistema viário deve ser auto-explicativo, evidente, não deixando margem para dúvidas. Que se confirme em si mesmo.
- Diminuir possibilidades de travessia.
- Ter um mapeamento preciso e claro de todas as vias, mostrando separações das vias de pedestres, ciclistas, motoristas e do transporte público. (Ex. Finlândia)
- Ter equipes nas ruas que atualizam os dados estatísticos dos usos das vias, das calçadas, da densidade de pedestres nas calçadas, dos tempos de esperas dos semáforos.
Debate
- Na indústria automobilística européia existe a compreensão que as boas cidades precisam ser menos dependentes de automóveis. Investindo num automóvel mais durável e com melhor tecnologia, encarecendo-o, já que os europeus apenas os usam para passeios de final de semana, em sua maioria, mantendo assim sua margem de lucro. Como a população compra carros que duram por muito tempo, um preço mais elevado é razoável.
- Para retirar os carros das calçadas devem ser construídos estacionamentos subterrâneos bem localizados, para não enfear e aproveitar melhor a área da cidade, além da criação de uma legislação que determine mais locais onde essa ação será vetada e menos onde será liberada.
- Para a recuperação das calçadas devem-se remover vendedores ambulantes e carros estacionados sobre elas.
- A ciclovia ideal deve assegurar que qualquer criança possa circular sozinha em segurança.
Palestra dia 15 de Abril de 2005.
16 de abril de 2005
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